A solidão
A solidão é vil companheira
do homem-gregário de Aristóteles,
do homem-argila,
imagem e semelhança de Deus.
Desalmada e fria,
esconde a sua face imperceptível...
Aguilhão que fere, deixando marcas
que o tempo não pode apagar.
A solidão é fera!
Pantera cujos dentes são dragas
que drenam o nosso interior,
abrindo gavetas de um passado escondido...
A solidão é luz que vasculha
no escuro, a dracma perdida
na memória esquecida das teias tecidas
da alma no cais.
A solidão, silêncio das horas perdidas...
Ilha ignota a cercar nosso ser,
Mergulho profundo na alma infinita,
No poço do abismo, no caos do viver.
João Pessoa, 19 de novembro de 2003
Autor: Evaldo Mota
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