Canção para a chuva
O bailado da chuva
tecendo a dança lúdica,
que remove do tapete-terra
a poeira impregnada
dos passos caminheiros
da gente do meu Sertão.
É chuva que lava e leva...
E faz brotar a relva,
que magicamente floresce
no solo árido da gente do meu sertão.
Na ablução matinal
despoluente e reverdecente,
a chuva é o bisturi que lacerando a terra
expõe à vista, a carne viva, da terra flor do meu Sertão.
Fluente no seu curso construtor...
Solvente no seu passo transgressor...
A chuva desfaz na valsa do vento,
o rastro cinzento que a vida criou.
Campina Grande, 29 de novembro de 1999
Autor: Evaldo Mota
Nenhum comentário:
Postar um comentário