Milagre
A natureza é dadivosa,
promissora quando sinaliza chuva.
Raios, trovões e relâmpagos saem todos
disparando a sua artilharia de guerra.
Um espetáculo a olho nu reveste
a atmosfera de som e cores,
contornando um novo cenário,
uma aquarela de luz.
Toda a energia vibrante faz
despertar das tocas, a fauna
escondida que sai dos esconderijos
para saudar a nova estação das águas.
A terra embevecida com as primeiras
chuvas abre a sua madre frutífera
para fertilizar a vida.
A flora renasce untada pelo cheiro
das águas virgens a ciciar nos córregos,
e nos canteiros das ruas,
a canção que celebra a vida.
Ouve-se no arvoredo
os pássaros cantarolando
a música da poesia presente na cena celebrativa
das primeiras águas.
Toda a natureza reveste-se de uma roupagem
de gala para o desfile da vida,
na passarela do sonho que desabrochou.
Milagre sublime à vista na explosão
da vida em plenitude,
faz os homens cantarem a melodia
que enche o peito de gratidão eterna.
Em 16 de Janeiro de 2009 por ocasião das primeiras chuvas na Rainha Borborema.
Autor: Evaldo Mota